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Fragilidades econômicas e políticas de Trump favorecem mudança de rumo para 2026

 Tom da sabatina indicou que o presidente americano pode perder algumas armas de sua guerra comercial




Trump em xeque: fragilidades econômicas e políticas expõem vulnerabilidades do governo norte-americano

As últimas semanas trouxeram uma sucessão de sinais de alerta para o governo de Donald Trump. A economia norte-americana mostrou desaceleração, os índices de confiança do consumidor caíram e o mercado de trabalho apresentou a maior retração para o mês de outubro em mais de duas décadas. No campo político, os republicanos sofreram derrotas significativas em eleições estaduais e locais, enquanto a Suprema Corte indicou resistência às justificativas econômicas do governo para a manutenção de tarifas comerciais.

O conjunto desses fatores delineia um cenário de vulnerabilidade econômica, política e jurídica, em um momento em que o presidente se prepara para enfrentar um novo ciclo eleitoral legislativo. Analistas apontam que, diante do perfil pragmático e frequentemente errático de Trump, a possibilidade de mudanças de rumo é concreta — ainda que sob o custo de uma instabilidade prolongada.

Inflação e consumo em queda

O Índice de Preços ao Consumidor dos Estados Unidos atingiu 3%, um ponto percentual acima da meta do Federal Reserve. Embora a inflação permaneça sob controle em comparação ao pico registrado em 2022, o aumento recente reacende preocupações sobre o impacto das tarifas impostas pelo governo em produtos importados, como café e banana — que subiram 40% e 9%, respectivamente, nos últimos 12 meses.

Como esses itens não são produzidos em larga escala no país, o encarecimento é diretamente atribuído às barreiras comerciais. Alimentos básicos como o filé e a carne moída também subiram 19% e 14%, respectivamente, pressionados por uma combinação de redução na oferta interna e tarifas sobre importações.

O aumento de preços tem repercutido no comportamento dos consumidores. O índice de humor do consumidor, medido pela Universidade de Michigan, caiu de 53,6 para 50,3 — o menor nível desde 2022, quando os Estados Unidos enfrentaram uma escalada histórica da inflação.

Mercado de trabalho em retração

O desaquecimento também atingiu o mercado de trabalho. Segundo a consultoria Challenger, Gray & Christmas, mais de 153 mil vagas foram fechadas em outubro, a maior redução para o mês em mais de 20 anos. De janeiro a outubro, os empregadores anunciaram mais de 1,09 milhão de cortes de postos de trabalho, um aumento de 65% em relação ao mesmo período de 2024.

Entre as razões apontadas estão a desaceleração do consumo, os ajustes após o boom de contratações durante a pandemia e a adoção de tecnologias de automação e inteligência artificial, que têm substituído parte da mão de obra em setores como serviços, logística e indústria.

Economistas afirmam que a combinação de inflação resiliente, desemprego em alta e perda de confiança dos consumidores cria um ambiente propício para tensões políticas. “É um cenário de estresse duplo: há percepção de perda de renda e medo de instabilidade”, resume o economista David Blinder, da Georgetown University.

Derrotas nas urnas e desgaste político

Esse mal-estar econômico se refletiu nas urnas. Na terça-feira, o Partido Republicano sofreu uma série de derrotas simbólicas. Perdeu as eleições para a prefeitura de Nova York, os governos estaduais da Virgínia e de Nova Jersey, um plebiscito sobre o redesenho de distritos eleitorais na Califórnia e três vagas na Suprema Corte da Pensilvânia.

Embora muitos desses territórios sejam redutos democratas, a perda na Virgínia — um estado historicamente pêndulo — teve especial impacto político. O atual governador republicano não conseguiu eleger um sucessor, o que analistas interpretam como reflexo da insatisfação de servidores federais e trabalhadores públicos, duramente atingidos pela paralisação do governo provocada por impasses orçamentários.

Pesquisas de boca de urna apontaram um deslocamento de votos de grupos que haviam contribuído para a vitória de Trump no ano anterior: moradores de subúrbios de alta renda, jovens, latinos e negros. Essa reversão indica uma erosão no apoio de bases eleitorais que o presidente vinha tentando fidelizar desde o início do mandato.

Reação da Suprema Corte e fragilidade jurídica

Além dos reveses eleitorais, Trump enfrentou críticas vindas do próprio núcleo conservador da Suprema Corte, durante uma audiência sobre as tarifas impostas a parceiros comerciais. Alguns magistrados questionaram o caráter político das medidas e citaram exemplos de países como Brasil e Índia para rebater os argumentos da defesa.

O julgamento ainda não foi concluído, mas o tom das perguntas sugere que o governo pode perder parte de sua liberdade para aplicar tarifas sem justificativas econômicas sólidas. Caso isso se confirme, Trump perderá uma de suas principais armas de política externa e comercial — o protecionismo — que ele tem usado como eixo central de sua retórica de defesa dos “trabalhadores americanos”.

Vitórias democratas e resistência à agenda anti-imigração

As vitórias democratas também expuseram as limitações da agenda anti-imigração e antideiversidade de Trump. Candidatos eleitos, como Abigail Spanberger (governadora da Virgínia) e Mikie Sherrill (governadora de Nova Jersey), adotaram plataformas que reafirmam políticas de inclusão e diversidade — conhecidas pela sigla DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão).

Em Nova York, o novo prefeito, Zohran Mamdani, destacou a importância da justiça econômica e da igualdade racial em seu discurso de vitória, no qual afirmou: “Nova York continuará sendo uma cidade de imigrantes — construída, impulsionada e agora liderada por imigrantes”. Mamdani, de origem sul-asiática e nascido em Uganda, derrotou o ex-governador Andrew Cuomo, que concorria como independente.

A resposta de Trump foi imediata. O presidente classificou, de forma incorreta, o novo prefeito como “comunista” e acusou os democratas de “colocar a América em último lugar”. Analistas apontam que o embate direto com figuras como Mamdani reforça a polarização cultural e política no país, mas também amplia a percepção de isolamento do governo.

Latinos se afastam dos republicanos

Outro ponto de preocupação para o Partido Republicano é a guinada à esquerda entre eleitores latinos, um grupo que desempenha papel decisivo em estados-chave como Flórida, Texas, Nevada e Arizona. Em Nova Jersey, Mikie Sherrill venceu por 15 pontos percentuais no condado de Passaic — de maioria latina — onde Trump havia conquistado vantagem nas eleições anteriores.

Segundo o estrategista republicano Mike DuHaime, o movimento reflete a rejeição crescente à política migratória de linha-dura do presidente, marcada por deportações em massa e operações policialescas. “Os eleitores latinos estão reagindo ao que consideram excessos e injustiças. Eles querem líderes que enfrentem Trump, não que se alinhem a ele”, afirmou.

Pesquisas de boca de urna indicaram que mais de 90% dos eleitores democratas na Virgínia e em Nova Jersey acreditam que a política anti-imigração de Trump foi longe demais. Em Nova York, 70% dos eleitores de Mamdani declararam que o prefeito não deve cooperar com o governo federal em ações migratórias.

O impacto político e o horizonte eleitoral

As derrotas republicanas têm implicações diretas sobre o cenário para as eleições legislativas do próximo ano. Embora ainda não se possa falar em uma “onda azul”, há sinais de enfraquecimento da base trumpista e de reorganização do campo progressista.

“Ainda não está claro se essas vitórias significam um ponto de inflexão ou apenas a manutenção do equilíbrio”, avalia Phillip Solomon, professor de estudos afro-americanos da Universidade de Yale. “Mas o fato é que a retórica radical de Trump perdeu fôlego entre grupos-chave do eleitorado.”

Pesquisas recentes da Reuters/Ipsos mostram que democratas e republicanos seguem empatados em intenção de voto para a Câmara, o que evidencia um país dividido, mas também revela que o desgaste econômico e o cansaço político podem redefinir alianças.

Para a ex-candidata à prefeitura de Nova York, Maya Wiley, o sentimento dominante nas urnas é de resistência. “As comunidades negras, latinas e asiáticas estão reagindo a uma agenda que consideram hostil. Cada eleição tem sido tratada como uma oportunidade de dizer ‘não’ ao extremismo.”

Conclusão: uma liderança em xeque

Com a economia desacelerando, o desemprego em alta, a confiança do consumidor em queda e a Suprema Corte lançando dúvidas sobre sua política comercial, Donald Trump enfrenta o teste mais delicado de seu governo. O pragmatismo que lhe rendeu apoio de setores empresariais e industriais começa a se chocar com os efeitos colaterais de uma política externa agressiva e de uma agenda interna polarizadora.

O presidente ainda conserva apoio entre parte do eleitorado conservador e do empresariado rural, mas o ciclo de derrotas políticas e a erosão do entusiasmo popular sinalizam um desgaste crescente.

Enquanto democratas tentam manter o ímpeto e projetar uma agenda de reconstrução social baseada na diversidade e na igualdade, Trump se vê pressionado a ajustar o discurso e redefinir prioridades. O desafio será fazê-lo sem perder o núcleo ideológico que o sustenta — uma equação que, até aqui, nenhum republicano conseguiu resolver.



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